16 de dez. de 2009

Richarlyson não teme violência de torcida após pôr aplique nos cabelos.

Os assessores de imprensa de Richarlyson entraram em contato com o jogador nesta terça-feira. Queriam saber se ele estava informado da reação de alguns torcedores que abriram comunidades na Internet propondo ações violentas contra ele. Tudo por causa do aplique que ele colocou nos cabelos.

A reação do volante/ lateral/meia do São Paulo foi tranquila. Ricky (como é chamado pelos colegas de clube) disse que não temia represálias por ter mudado o visual. E mandou avisar que não dará entrevistas somente por causa deste tema. “Se aparecerem sábado no jogo e me perguntarem sobre o assunto, eu falo”, disse.

Neste sábado, em Agudos, a 330 quilometros de São Paulo, Ricky promove um amistoso beneficente no Estádio Municipal. O irmão Alecsandro, os zagueiros Rodrigo e Índio, o meia Carlinhos Paraíba (outro reforço tricolor) e outros amigos vão estar em campo para angariar leite. A ação ajuda a Associação de Combate ao Câncer e a Casa do Menor Renascer.

Interessados no barulho que a nova cabeleira de Richarlyson provocou, as quatro redes de televisão já confirmaram que vão mandar equipes de reportagem para a partida.

Mas que fique claro: Richarlyson acha que estão fazendo “muito barulho” por pouca coisa. Richarlyson colocou o aplique, que o deixou com o cabelo comprido, porque quis ver como ficava. E não foi de uma hora para outra.

Boleiro repara nessas coisas. Na última passagem do Internacional de Porto Alegre por São Paulo, o atacante Alecsandro conversou com amigos em comum. Ele é irmão de Richarlyson e já tinha reparado que o caçula estava deixando o cabelo crescer. “Ele vai aprontar alguma”, disse.

O meia Fernandinho, reforço do São Paulo para 2010, também, notou que, nos últimos meses, Ricky tinha deixado de raspar a cabeça. “Também pensei que ele ia fazer algo diferente”, disse.

Richarlyson fez. E arrumou um barulhão. Vai ser aconselhado a tirar os novos cabelos. Pelos dirigentes do São Paulo e por colegas de time. Mas talvez nem seja preciso.

Richarlyson disse aos amigos que não pretende mesmo fazer do aplique algo pemanente e que pode retirá-lo “amanhã, na semana que vem ou em janeiro”.

Até lá, ele parece estar pouco se importando com as reações e as discussões que despertou com o novo visual.


Eu confesso que eu ri.

Barcelona vai para a final do mundial!

Provável vencedor do prêmio de melhor do mundo entregue pela Fifa na próxima semana, o argentino Lionel Messi mostrou porque é o favorito na eleição na maior entidade do futebol. O atacante entrou no segundo tempo na semifinal do Mundial de Clubes e precisou de apenas três minutos para dar a vaga na decisão do torneio ao Barcelona. O craque marcou o segundo gol da vitória de virada por 3 a 1 sobre o Atlante, nesta quarta-feira, no Estádio Zayed Sports City, em Abu Dhabi.

Recuperando-se de uma lesão no tornozelo, o maior astro do Mundial só entrou no segundo tempo. O argentino torceu o pé direito na vitória por 2 a 1 do Barcelona sobre o Dynamo Kiev na Liga dos Campeões na quarta-feira da semana passada. O jogador entrou em campo aos 7min e aos 10min marcou um belo gol para dar a vaga ao Barcelona, que enfrentará o Estudiantes na decisão, neste sábado, às 14h (de Brasília).

Com o resultado, o time espanhol segue em busca do inédito título mundial. Na história, o time catalão teve duas oportunidades de erguer a taça e nas duas ocasiões caiu para times brasileiros. Em 1992, o Barcelona perdeu para o São Paulo e, em 2006, para o Internacional.

Para apitar nada menos que a semifinal do Mundial de 2009, a Fifa chamou o brasileiro Carlos Eugênio Simon. O juiz, que está confirmado para a Copa do Mundo de 2010, teve o auxílio de dois compatriotas: Altemir Hausmann e Roberto Braatz foram os bandeirinhas.

Mesmo sem o amplo favoritismo do Barcelona, o Atlante conseguiu dar um susto no time catalão. A equipe mexicana abriu o marcador logo aos 5min do primeiro tempo. Depois de um lançamento do campo de defesa, Rojas se livrou da marcação da zaga espanhola e tocou por cima de Valdéz, completando para o fundo das redes.

Atrás no marcador, o Barcelona chegou a ter 80% da posse de bola e o gol era questão de tempo, apesar da defesa do Atlante estar muito bem posicionada. Até que aos 35min, Busquets aproveitou um escanteio da direita e deixou tudo igual.

Já no segundo tempo, o jogo continuou igual, com o Barcelona pressionando, mas sem muita objetividade. Até que o camisa 10, Messi, entrou em campo e mudou a partida. Três minutos depois que pisou no gramado, aos 10min, o craque recebeu belo passe, depois de uma uma baita jogada de Ibrahimovic, driblou o goleiro e virou para a equipe europeia.

Já aos 22min, o Barcelona deu o golpe final. Pedro recebeu depois de grande jogada individual de Iniesta na área e, sozinho, só teve o trabalho de tocar no canto do goleiro Vilar para dar a vitória e a classificação para o time comandado por Pep Guardiola.

FICHA TÉCNICA

Barcelona 3 x 1 Atlante

Gols
Barcelona: Busquets aos 35min do 1º tempo, Messi aos 10min do 2º tempo e Pedro aos 22min do 2º tempo
Atlante: Rojas aos 5min do 1º tempo

Ponto Forte do Barcelona
O domínio quase que total das ações em campo e as velozes trocas de passes no campo de ataque

Ponto Forte do Atlante
Longos lançamentos complicaram os zagueiros do Barcelona em diversas oportunidades

Ponto Fraco do Barcelona
O vacilo no início do jogo, quando sofreu gol após longo passe nas costas da defesa, poderia ter custado caro

Ponto Fraco do Atlante
A equipe mexicana errou muitos passes, o que prejudicou as criações de jogadas e deixou o time rival com posse de bola muito superior

Personagem do jogo
Lionel Messi mostrou estrela ao virar o jogo em sua primeira jogada em campo

Esquema Tático Barcelona
4-3-3
Victor Valdés; Daniel Alves, Rafael Marquez (Piqué), Carles Puyol e Eric Abidal; Yaya Touré (Lionel Messi) Sérgio Busquets e Xavi, Andrés Iniesta (Bojan), Ibrahimovic e Pedro; Técnico: Pep Guardiola

Esquema Tático Atlante
4-3-3
Federico Vilar; Miguel Negro, Chicharo, Luis Velasques (Gabriel Pereyra) e Guilhermo Rojas; Chepe, Hobbit e Fernando Navarro; Daniel Arreola, Rafael Marquez e Santiago Solari (Andrés Carevic); Técnico: José Guadalupe Cruz

Cartões Amarelos
Barcelona: Ibrahimovic, Piqué
Atlante: Solari, Chepe, Velazques

Árbitro
Carlos Eugênio Simon (BRA)

Local
Zayed Sports City, Abu Dhabi

Veja algumas fotos da partida:

Johnny Rotten lamenta entrada de Sid Vicious no Sex Pistols

Johnny Rotten revelou que lamenta ter permitido Sid Vicious entrar no Sex Pistols em 1977 para assumir o lugar do baixista Glen Matlock.

"Sinto muito, Deus, pelo dia em que trouxe Sid para a banda. Ele se sentia isolado por não se sentir tão especial no grupo", disse o vocalista ao jornal The Independent.

"O melhor aspecto de seu caráter era seu humor, que simplesmente sumiu no dia em que ele se juntou ao Sex Pistols", revelou.

Sid Vicious morreu de overdose em fevereiro de 1979, poucos meses depois do fim da banda e de ele ter sido acusado de assassinar a própria namorada.

Além de falar sobre Vicious, Rotten também declarou ao jornal que se sente contrariado ao ouvir novas bandas que copiam o estilo do Sex Pistols.

"Eu ainda tenho escutado álbuns sendo produzidos que imitam nosso estilo, mas sem nos dar crédito. Isso me contraria porque eu nunca fiz nada para me sentir outra pessoa", explicou o músico antes de direcionar particularmente as críticas a Liam Gallagher, vocalista do Oasis.

"Oasis me irrita, sabe? A voz me irrita. Ele poderia criar algo mais original", disparou.

Johnny Rotten se prepara atualmente para a turnê de reunião do Public Image Ltd, seu grupo após o término do Sex Pistols em 1978.

Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax tocarão juntos em festival

Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax - quatro das maiores bandas do heavy/thrash metal mundial - dividirão o mesmo palco em 2010.

Por enquanto, só os europeus terão a oportunidade de presenciar os shows, que começam no dia 16 de junho em Varsóvia, Polônia e seguem para Praga, República Tcheca, no dia 19 de junho.

As apresentações fazem parte do festival Sonisphere e há a expectativa de mais quatro shows a serem anunciados no site oficial do festival.

Por enquanto, nenhuma das bandas disse nada a respeito de fazerem shows juntas em outras partes do mundo.

Lars Ulrich, baterista do Metallica, se mostra empolgado com o evento.

"Quem pensaria que mais de 25 anos após sua criação, as quatro maiores bandas do thrash metal não só estariam ativas e mais populares do que nunca, mas agora vão tocar juntas pela primeira vez... que foda! Manda ver!" disse o baterista em pronunciamento anunciando os shows do festival.

Kerry King, guitarrista do Slayer, adiciona: "Já estava na hora de isso acontecer, e na hora dos fãs finalmente terem o que eles querem. É foda demais!".

O guitarrista do Anthrax, Scott Ian, disse que a turnê encerra "26 anos de espera", e adiciona: "Eu acredito que [a turnê] não só vai atender às expectativas, mas vai quebrar tudo! Não há outras bandas tão influente como nós quatro que já fizeram isso. Imagine se os Beatles, os Rolling Stones, o The Who e o Led Zeppelin tivessem feito isso? Ou o Black Sabbath, Judas Priest, Iron Maiden e Motörhead?... Este é o tamanho de como sinto que isto é."

Pink critica Britney Spears por fazer playback em apresentações

A cantora Pink revelou que nunca iria a um show de Britney Spears por não gostar de artistas que fazem playback.

"Eu não quero diminuir Britney Spears, porque eu realmente gosto muito dela, mas eu nunca iria a um show em que a pessoa finge cantar", disse Pink à revista Women's Health.

"Quando você cresce escutando Janis Joplin, você não vai querer ver alguém fazer playback", completou.

Pink também recusou possíveis comparações entre ela e Britney Spears.

"Juro por Deus, eu defendi Britney Spears desde o início. Meu propósito era: 'Parem de me comparar com ela, porque nós somos animais diferentes'", ressaltou a cantora.

Falecimentos:

  • John Spencer (1946 - 2005)
  • Gary Stewart (1945 - 2003)

110 anos de Milan!

O Associazione Calcio Milan, freqüentemente abreviado em AC Milan ou Milan, é uma das principais equipes de futecol da Itália e do mundo.

Partilha com o seu maior rival, a Internazionale, o Estádio Giuseppe Meazza, que no passado tinha o nome de Estádio San Siro, como ainda preferem chamá-lo atualmente os torcedores Milanistas, pois Giuseppe Meazza, que jogou em ambos os clubes teve maior destaque na Inter. O estádio tem capacidade para 84.309 espectadores, e é palco onde geralmente é disputado o clássico de Milão, Derby della Madonnina (Milan Vs Inter).

O Milan é a segunda equipe com mais conquistas no Campeonato Italiano, sendo dezessete conquistas, atrás apenas da Juventus com vinte e sete. Mas é o clube italiano com mais conquistas na Liga dos Campeões da UEFA, sendo sete conquistas e é também o maior campeão do Mundial Interclubes com quatro títulos.

Segundo pesquisa do Instituto Doxa em 2003, o Milan teria 16,4% da preferência dos italianos, o que equivale a 9.479.200 torcedores, sendo a segunda maior torcida italiana.

Estatísticas

Paolo Maldini detém atualmente o maior número de partidas de um jogador pela Serie A com mais de 600 jogos e pelo próprio clube com mais de 800 jogos. O maior artilheiro do Milan é o sueco Gunnar Nordahl que, em 268 jogos, conseguiu 221 gols. Andriy Shevchenko está em segundo lugar com mais de cento e setenta gols em aproximadamente trezentos jogos.

O clube também detém o recorde de maior sequência de jogos invictos, iniciando na temporada 1991-92, com um empate em 0 a 0 contra o Parma, no dia 26 de maio de 1991 e terminando com uma irônica derrota em casa de 1 a 0, para o Parma no dia 21 de março de 1993. É a maior sequência do Campeonato Italiano, e a terceira da Europa.

Atualmente, o Milan tem o maior número de títulos internacionais reconhecidos, conquistando tal feito, após bater o Boca Juniors na final do Mundial Interclubes FIFA em 2007.

Jogadores

Elenco 2009/10:

Goleiros:
1-Dida
12-Abbiati
30-Storari
31-Roma


Defesa:
4-K'aladze
5-Onyewu
13-
Nesta
25-Bonera
33-Thiago Silva
15-Zambrotta
18-Jankulovski
19-Favalli
44-Oddo
77-Antonini

Meio Campo:
8-Gattuso
16-Flamini
21-Pirlo
23-Ambrosini
10-Seedorf
20-Abate
49-Di Gennaro
?-Beckham

Atacantes:
7-Pato
9-Inzaghi
11-Huntelaar
17-Zigoni
22-Borrielo
80-Ronaldinho
?-Adiyiah

Técnico: Leonardo

Números aposentados

3 – Paolo Maldini, zagueiro (1984-2009)
6 – Franco Baresi, líbero (1977-1997)

Títulos

Mundiais

Mundial de Clubes da FIFA: 4

Continentais

Liga dos Campeões da UEFA: 7

Supercopa Europeia: 5

Recopa Europeia: 2

Nacionais

Campeonato Italiano: 17

Copa da Itália: 5

Supercopa da Itália: 5

Outros

Copa Latina: 2

Copa Mitropa: 1

1770, 16 de dezembro, nacia um gênio:

Ludwig van Beethoven, considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.

Início de Carreira

Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe (1748 - 1798), o melhor mestre de cravo da cidade, que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Numa carta publicada em 1780, pela mão de seu mestre, afirmava que seu discípulo, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e que o apresentava como um segundo Mozart. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos de idade, iniciando a sua carreira de compositor, de onde se destacam alguns Lieder. Os seus progressos foram de tal forma notáveis que, em 1784, já era organista-assistente da Capela Eleitoral, e pouco tempo depois, foi violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo já a chefia da família, devido à doença do pai - alcoolismo. Foi neste ano que conheceu um jovem Conde de Waldstein, a quem mais tarde dedicou algumas das suas obras, pela sua amizade. Este, percebendo o seu grande talento, enviou-o, em 1787, para Viena, a fim de ir estudar com Joseph Haydn. O Aequiduque de Áustria, Maximiliano, subsidiou então os seus estudos. No entanto, teve que regressar pouco tempo depois, assistindo à morte de sua mãe. A partir daí, Ludwig, com apenas dezessete anos de idade, teve que lutar contra dificuldades financeiras, já que seu pai tinha perdido o emprego, devido ao seu já elevado grau de alcoolismo.

Foi o regresso de Viena que o motivou a um curso de literatura. Foi aí que teve o seu primeiro contacto com Ideais da Revolução Francesa, com o Iluminismo e com um movimento literário romântico: Sturm und Drang - Tempestade e Ímpeto/Paixão; dos quais, um dos seus melhores amigos, Friederich Schiller, foi, juntamente com Johann Wolfgang von Goethe, dos líderes mais proeminentes deste movimento, que teria uma enorme influência em todos os sectores culturais na Alemanha.

Viena

Em 1792, já com 21 anos de idade, muda-se para Viena onde, afora algumas viagens, permanecerá para o resto da vida. Foi imediatamente aceito como aluno por Joseph Haydn, o qual manteve o contacto à primeira estadia de Ludwig na cidade. Procura então complementar mais os seus estudos, o que o leva a ter aulas com Antonio Salieri, com Foerster e Albrechtberher, que era maestro de capela na Catedral de Santo Estêvão. Tornou-se então um pianista virtuoso, cultivando admiradores, os quais muitos da aristocracia. Começou então a publicar as suas obras (1793 0 1795). O seu Opus 1 é uma colecção de 3 Trios para Piano, Violino e Violoncelo. Afirmando uma sólida reputação como pianista, compôs suas primeiras obras-primas: as Três Sonatas para Piano Op.2 (1894 - 1795). Estas mostravam já a sua forte personalidade.

Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe diagnosticado, por volta de 1796, tinha Ludwig os seus 26 anos de idade, a congestão dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões.

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Ó homens que me tendes em conta de rancoroso, insociável e misantropo, como vos enganais. Não conheceis as secretas razões que me forçam a parecer deste modo. Meu coração e meu ânimo sentiam-se desde a infância inclinados para o terno sentimento de carinho e sempre estive disposto a realizar generosas acções; porém considerai que, de seis anos a esta parte, vivo sujeito a triste enfermidade, agravada pela ignorância dos médicos.

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Ludwig van Beethoven, in Testamento de Heilingenstadt, a 6 de Outubro de 1802
Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena. Fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares; mas os seus ouvidos permaneciam arrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se.

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Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!

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Ludwig van Beethoven, in Testamento de Heilingenstadt, a 6 de Outubro de 1802
Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao contrário do que muitos pensam, Ludwig jamais perdeu a audição por completo, muito embora nos seus últimos anos de vida a tivesse perdido, condições que não o impediram de acompanhar uma apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas.

O Gênio

No entanto, o seu verdadeiro génio só foi realmente revisado com a publicação das suas Op. 7 e Op. 10, entre 1796 e 1798: a sua Quarta Sonata para Piano em Mib Maior, e as suas Quinta em Dó Menor, Sexta em Fá Maior e Sétima em Ré Maior Sonatas para piano.

Em 2 de Abril de 1800, a sua Sinfonia nº1 em Dó Maior, Op. 21 faz a sua estreia em Viena. Porém, no ano seguinte, confessa aos amigos que não está satisfeito com o que tinha composto até então, e que tinha decidido seguir um novo caminho. Em 1802, escreve o seu testamento, mais tarde revisto como O Testamento de Heilingenstadt, por ter sido escrito na localidade austríaca de Heilingenstadt, então subúrbio de Viena, dirigido aos seus dois irmãos vivos: Kaspar Anton Carl van Beethoven (1774-1815) e Nicolaus Johann van Beethoven (1776-1848).

Finalmente, entre 1802 e 1804, começa a trilhar aquele novo caminho que ambiciona, com a apresentação de Sinfonia nº3 em Mi bemol Maio, Op. 55, intitulada de Eroica. Uma obra sem precedentes na história da música sinfônica, considerada o início do período Romântico, na Música Erudita. Os anos seguintes à Eroica foram de extraordinária fertilidade criativa, e viram surgir numerosas obras-primas: a Sonata para Piano nº 21 em Dó maior, Op.53, intitulada de Waldstein, entre 1803 e 1804); a Sonata para Piano nº 23 em Fá menor, Op.57, intitulada de Appassionata, entre 1804 e 1805; o Concerto para Piano nº 4 em Sol Maior, Op.58, em 1806; os Três Quartetos de Cordas, Op.59, intitulados de Razumovsky, em 1806; a Sinfonia nº 4 em Si bemol Maior, Op. 60, também em 1806; o Concerto para Violino em Ré Maior, Op.61, entre 1806 e 1807; a Sinfonia nº 5 em Dó Menor, Op. 67, entre 1807 e 1808; a Sinfonia nº 6 em Fá Maior, Op. 68, intitulada de Pastoral, também entre 1087 e 1808; a Ópera Fidelio, Op.72, cuja versão definitiva data de 1814; e o Concerto para Piano nº 5 em Mi bemol Maior, Op.73, intitulado de Imperador, em 1809.

Ludwig escreveu ainda uma Abertura, música destinada a ilustrar uma peça teatral, uma tragédia em cinco actos de Goethe: Egmont. E muito se conta do encontro entre Johann Wolfgang von Goethe e Ludwig van Beethoven.

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"Uma criatura completamente indomável."

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'''Johann Wolfgang von Goethe, sobre Ludwig van Beethoven'

Crise Criativa

Depois de 1812, a surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho levaram-o a uma crise criativa, que faria com que durante esses anos ele escrevesse poucas obras importantes.

Neste espaço de tempo, escreve a Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Op. 92, entre 1811 e 1812, a Sinfonia nº 8 em Fá Maior, Op.93, em 1812, e o Quarteto em Fá Menor, Op.95, intitulado de Serioso, em 1810.

A partir de 1818, Ludwig, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: a Sonata nº 29 em Si bemol Maior, Op.106, intitulada de Hammerklavier, entre 1817 e 1818; a Sonata nº 30 em Mi Maior, Op.109 (1820); a Sonata nº 31 em Lá bemol Maior, Op.110 (1820-1821); a Sonata nº 32 em Dó Menor, Op.111 (1820-1822); as Variações Diabelli, Op.120 (1819-1823), a Missa Solemnis, Op.123 (1818-1822).

Derradeiros Anos

A culminância destes anos foi a Sinfonia nº 9 em Ré Menor, Op. 125 (1822-1824), para muitos a sua maior obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Friederich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Ludwig van Beethoven.

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Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até à morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

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parte do verso da Ode à Alegria, de Friederich Schiller, utilizado por Ludwig van Beethoven.

A obra de Beethoven refletiu em um avivamento cultural. Conforme o historiador Paul Johnson, "Existia uma nova fé e Beethoven era o seu profeta. Não foi por acidente que, aproximadamente na mesma época, as novas casas de espetáculo recebiam fachadas parecidas com as dos templos, exaltando assim o status moral e cultural da sinfonia e da música de câmara."

Os anos finais de Ludwig foram dedicados quase exclusivamente à composição de Quartetos para Cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras, como o Quarteto em Mi bemol Maior, Op.127 (1822-1825); o Quarteto em Si bemol Maior, Op.130 (1825-1826); o Quarteto em Dó sustenido Menor, Op.131 (1826); o Quarteto em Lá Menor, Op.132 (1825); a Grande Fuga, Op.133 (1825), que na época criou bastante indignação, pela sua realidade praticamente abstrata; e o Quarteto em Fá Maior, Op.135 (1826).

De 1816 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais. Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer, a 26 de março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia, assim como projectava escrever um Requiem. Conta-se que cerca de dez mil pessoas compareceram no seu funeral, entre elas Franz Schubert. Faleceu de cirrose hepática, após contrair pneumonia.

Curiosidades


  • Ludwig era canhoto e devido à sua tez morena e cabelos muito negros, tratavam-no de "o espanhol".
  • Dentre seus problemas de saúde, ficou com o rosto marcado pela varíola.
  • Otto Maria Carpeaux, na sua obra Uma Nova História da Música, afirma que Ludwig assistiu à primeira apresentação pública da sua 9ª Sinfonia, ao lado de Umlauf, que a regeu - como ficou registrado por Schindler e mais tarde por Grove -, mas abstraído na leitura da partitura, não pôde perceber que estava sendo ovacionado até que Umlauf, tocando no seu braço, voltou a sua atenção à sala, e então Beethoven inclinou-se diante do público que o aplaudia.
  • Hans von Bülow refere-se a Beethoven como um dos "três Bs da música" (os outros dois seriam Bach e Brahms), considerando as suas 32 sonatas para piano como o Novo Testamento da Música.
  • Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven e Wolfgang Amadeus Mozart, mas não existe nenhum facto histórico que possa comprovar esta hipótese. No entanto, existem histórias de seu encontro, como por exemplo, uma que refere um Mozart absorto no seu trabalho, na composição de Don Giovani, que não terá tido tempo de lhe prestar a devida atenção. Uma outra, bem mais interessante, relaciona, não só o seu encontro, como o seu envolvimento, ao qual se refere a seguinte frase:
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"Não o percam de vista, um dia há-de dar que falar."

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Mozart, sobre Beethoven
Obra:
  • Nove sinfonias, dentre elas a Nona, sua última sinfonia, a que mais se consagrou no mundo inteiro
  • Cinco concertos para piano
  • Concerto para violino
  • "Concerto Tríplice" para piano, violino, violoncelo e orquestra
  • 32 sonatas para piano
  • 16 quartetos de cordas
  • 1 septeto de cordas para piano
  • Dez sonatas para violino e piano
  • Cinco sonatas para violoncelo e piano
  • Doze trios para piano, violino e violoncelo
  • "Bagatelas" (Klenigkeiten) para piano, entre as quais a famosíssima Bagatela para piano "Für Elise" ("Para Elisa")
  • Missa em Dó Maior
  • Missa em Ré Maior ("Missa Solene")
  • Oratório "Christus am Ölberge", op. 85 ("Cristo no Monte das Oliveiras")
  • "Fantasia Coral", op. 80 para coro, piano e orquestra
  • Aberturas
  • Danças
  • Ópera Fidelino
  • Canções