11 de dez. de 2009

O Futebol e os Rockstars Britânicos

Alguns rockstars ao contrário do que muitos pensam se interessam por esportes sim, principalmente pelo futebol.

Assim como a idéia de criar um jogo no qual se chuta bola (ou algo parecido), o Rock 'n' Roll também não foi invenção britânica. Mas é inegável, que desde que o gênero musical foi inventado ainda na década de 1950, a contribuição dos ingleses para a evolução do rock foi grande. Na ilha surgiram o Pop-Rock dos Beatles, o Rock Progressivo, o Hard Rock, algumas das bandas mais importantes do Punk, o Heavy Metal tradicional, o Britpop e por aí vai...]

Nos BEATLES, primeira banda britânica ao atingir em cheio o mercado norte-americano, o membro mais interessado no esporte era Paul McCartney, embora não se saiba ao certo para que time ele torce. Há quem diga que McCartney torce pelo Everton, outros afirmam que o coração dele bate mais forte pelo Liverpool – ambos são os principais times de Liverpool. Especula-se inclusive que exista uma gravação do Beatle cantando o hino do Everton. O que se sabe comprovadamente é que entre as personalidades que fazem parte da capa do clássico “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, aparece Albert Stubbins, meio-campo do Liverpool. E se os roqueiros britânicos sempre são associados ao futebol, o inverso também acontece. George Best, grande astro do Manchester United na década de 1960, foi apelidado de o “quinto Beatle”. O jogador, falecido há dois anos, sempre foi associado a uma imagem de sucesso e rebeldia, no mesmo período em que os Beatles conquistavam o mundo.

No THE WHO, outro banda inglesa da década de 1960, o vocalista Roger Daltrey é simpatizante do Arsenal, um dos mais tradicionais clubes londrinos. No jogo de despedida do estádio Highbury, antiga casa do clube, entre Arsenal e Wigan, Daltrey cantou uma música em homenagem ao estádio, prestes a ser demolido. A canção se chamava “Highbury Highs” e sua letra cita personalidades que se destacaram na história do clube. No mesmo evento, o vocalista do THE WHO cantou ainda “My Generation”, um clássico da banda.



Daltrey não é o único roqueiro famoso a torcer pelos “Gunners”, forma como o time também é conhecido na Inglaterra. A lista se estende por Roger Waters, baixista do PINK FLOYD, David Gilmour, guitarrista, também do PINK FLOYD, Johnny Rotten, vocalista do SEX PISTOLS. Roger Waters, inclusive, não se limitava a ser um simples torcedor do clube. No livro “The Dark Side Of The Moon – Os bastidores da obra-prima do Pink Floyd”, escrito pelo jornalista John Harris, Waters relata que, entre 1968 e 1975, ia a todos os jogos que o Arsenal realizava em casa. Isso chegou a interferir na gravação do álbum “The Dark Side Of The Moon”, a grande obra-prima do Pink Floyd. “Eu literalmente sonhava em jogar no Arsenal naqueles dias”, afirma o músico. A paixão de Waters pelo futebol pode ser percebida em uma passagem da música “Money”: “Think I'll buy me a football team” (Acho que comprarei um time de futebol para mim). Na mesma época o Pink Floyd tinha um próprio time para jogar suas “peladas”.

Outro torcedor do Arsenal é Roger Glover, baixista do DEEP PURPLE. Ainda na banda, um dos expoentes do Hard Rock britânico, o vocalista Ian Gillan torce pelo Queens Park Rangers, clube londrino que disputa a “Football League Championship”, que equivale à segunda divisão do futebol inglês; e o tecladista Don Airey torce pelo Sunderland, recém-promovido a “Premier League”, primeira divisão inglesa, e clube da cidade onde nasceu. Inclusive, os membros do DEEP PURPLE podem ser visto batendo uma bolinha no clipe de “Perfect Strangers”.






No LED ZEPPELIN, outra banda do hardão setentista, o guitarrista Jimmy Page é simpatizante do Chelsea, time do magnata russo Roman Abramovich. Já o vocalista Robert Plant torce pelo Wolverhampton Wanderers, time da segunda divisão inglesa, e clube pelo qual torce o baixista/vocalista Glenn Hughes (DEEP PURPLE, BLACK SABBATH).
No Black Sabbath, outra banda famosa que surgiu nos anos 1970 e que dispensa comentários, as atenções estão voltadas para a cidade de Birmingham, local onde a banda foi fundada. Tanto o baixista Geezer Butler quanto o vocalista Ozzy Osburne torcem pelo Aston Villa, uma das equipes mais tradicionais do futebol inglês, fundada em 1874, e detentora de sete títulos ingleses, além de uma Copa dos Campeões da Europa (atual Liga dos Campeões da Europa). Na cidade, o Aston Villa divide as atenções da cidade com o Birmingham, outra equipe do local. Esta temporada, os dois clubes fazem parte da primeira divisão inglesa. Inclusive, em agosto de 2007 chegou a ser noticiado que Butler estariam interessado em comprar o Aston Villa, informação desmentida logo em seguida. Pouco depois da Copa de 2006, o baixista do Black Sabbath publicou uma nota no seu site no qual dizia: “O futebol é uma verdadeira religião, aleluia”.

Ozzy e o uniforme foi desenhado por ele e por Sharon. E Ozzy não é o único a patrocinar um time de futebol. O guitarrista do QUEEN Brian May e o baixista/vocalista do MOTORHEAD Lemmy Kilmster também tem seus times, ambos na categoria sub-10 – para jogadores de até 10 anos. May apóia o Purley Jubilee, que possui um uniforme similar ao do Barcelona da Espanha. Já Kilmster colabora com o Greenback FC, cuja camisa (preta) carrega o Snaggletooth, o símbolo da banda.






Outra banda britânica caracterizada pela sua paixão pelo futebol é o IRON MAIDEN. O baixista Steve Harris talvez seja o músico mais ligado ao esporte. Torcedor fanático do West Ham, outra equipe tradicional de Londres, Harris chegou a integrar as categorias de base do clube. Mais tarde o baixista acabou optando pela música. O guitarrista do IRON MAIDEN Janick Gers é quem assina o perfil de Harris presente no site oficial da banda. Gers escreve: “Ele é um grande jogador de futebol e tinha que escolher jogador futebol profissionalmente ou tocar música quando era criança, mas eu acho que ele tomou a decisão certa”.






Já o vocalista Bruce Dickinson se notabilizou no mundo do futebol por pilotar um vôo que levava a equipe escocesa do Glasgow Rangers para uma partida da Copa da UEFA – segunda competição mais importante da Europa. Ainda no Iron Maiden, Janick Gers torce pelo Newcastle, Adrian Smith, outro guitarrista, torce pelo Manchester United – apesar de ter nascido em Londres – e Dave Murray torce pelo Tottenham, equipe do bairro homônimo de Londres. Outro torcedor do Tottenham é Mick Box, guitarrista do URIAH HEEP. Certa vez em uma entrevista, perguntado sobre o que gostaria de fazer se não fosse músico, Box cravou sem dúvida: “Jogador do Tottenham”.






E para encerrar, é impossível falar de futebol no Reino Unido sem falar dos irmãos Liam e Noel Gallagher, do Oasis. Vindos de Manchester, eles são fanáticos torcedores de um time da cidade e se engana quem apostar no Manchester United. Eles preferem o Manchester City, o primo pobre do lugar. Realmente, partindo dos marrentos irmãos Gallagher não se poderia esperar outra coisa...

Parabéns para:

Carlos Gardel
Nikki Sixx
Eric Bloom
Javier Saviola
Carlos Alberto

Entrevista com John Paul Jones

John Paul Jones, ex-baixista do LED ZEPPELIN, recentemente concedeu uma entrevista ao site Ultimate Guitar e falou sobre o THEM CROOKED VULTURES, seu projeto com os vocalistas e guitarristas Dave Grohl (FOO FIGHTERS) e Josh Homme (THE QUEENS OF THE STONE AGE). Abaixo seguem alguns trechos da conversa.


Quando você se reuniu com o Dave e o Josh, você sentiu o mesmo tipo de magia que você sentiu quando tocou com o Zeppelin pela primeira vez?


Jones: “Sim, eu senti; eu senti. Hum, nós meio que nos conhecemos na festa de aniversário do Dave no Medieval Times [restaurante] o que foi algo bem estranho. Com o Josh foi como que um encontra às escuras, ele sentou-se atrás de nós e ficou nos observando. E acho que o Josh estava razoavelmente envergonhado por estar ali. Mas foi divertido e nós fomos para o estúdio no dia seguinte e começamos a tocar. E sim, foi tudo muito rápido. Nós simplesmente percebemos, ‘Ah, na verdade, poderia rolar alguma coisa’. Eu já esperava que pudéssemos fazer algo juntos, eu não podia ver uma forma de isto não dar certo. Como isto não se tornar algo grande. Porque eu sempre gostei do QUEENS OF THE STONE AGE e sempre pensei que Josh era realmente interessante e o Dave, você sabe, Dave é ótimo de qualquer forma. Então eu não podia ver uma forma de isso não dar certo.”


Quando vocês se reuniram pela primeira vez, você trouxe algumas idéias para as músicas? Você tinha riffs guardados e coisas assim?


Jones: “Sim. Eu tinha alguns. Mas uma vez que entramos no estúdio nós começamos a trabalhar no material. Foi como, ‘Bem, o que vocês tem aí? Tem algo no qual vocês queiram começar a trabalhar?’ O Josh tinha alguns refrões e nós apenas trabalhamos neles e em seguida, nós os modificamos. Basicamente, as máquinas estavam funcionando o tempo todo e nós só juntamos tudo, escrevendo e gravando praticamente ao mesmo tempo. Trabalhamos em algumas músicas e reformulamos outras, isto cresceu e nós apenas sentamos, ouvimos e pensamos: ‘Uau, isso soa realmente bem."


Então foi um processo orgânico. Vocês não tiveram de se esforçar para realmente encontrar uma identidade para a banda?


Jones: “Foi muito orgânico. Eu não havia trabalhado dessa forma antes porque normalmente eu estou acostumado a já ter todas as músicas juntas e, em seguida, entro e gravo tudo de uma vez. Isso foi literalmente tudo o que aconteceu nesta sala; o estúdio do Josh. Incrível.”
Vocês produziram o álbum, e não trouxeram ninguém de fora. Você sente que ninguém sabia melhor do que a própria qual direção vocês queriam tomar?


Jones: “Sim; para outra pessoa provavelmente teríamos de explicar. Mas, lá já havia três produtores e todos nós sabíamos o que estávamos fazendo e todos nós poderíamos produzir uns aos outros. Se alguém estava fazendo overdubs ou fazendo os vocais, os outros dois poderiam ficar sentados na caixa de controle e fazer o que um produtor faria.”


Qual é a sensação de estar em sua primeira banda em tempo integral após três décadas? Havia alguns projetos antes deste e vários projetos solo, mas você nunca foi realmente um membro de uma banda desde o Zeppelin.


Jones: “Bem, me sinto afortunado por ainda ser capaz de fazer isso. Trata-se de músicas incríveis com pessoas incríveis. Nós viajamos em um ônibus, fazemos shows, as pessoas gostam dos shows, é realmente agradável. Eu não consigo pensar em mais nada que eu gostaria de estar fazendo neste momento a não ser isto. Lançar bons álbuns que agradam as pessoas, sim, estou muito feliz.”